sábado, 29 de junho de 2013

Mídia, responsabilidade social e controle são debatidos na UNEB

Na última sexta-feira (28) foi realizado o debate Mídia, responsabilidade social e controle: o exemplo da Copa das Confederações 2013, no Departamento de Ciências Humanas (DCH III), UNEB, em Juazeiro. O evento que teve como palestrante o Jornalista e Historiador Jota Menezes, autor da obra: “Televisão, Poder e Cidadania – A implantação da TV pública no Brasil” (Editora Chiado-Lisboa), fez parte do encerramento da disciplina Crítica da Mídia do curso de Comunicação Social habilitado em Jornalismo em Multimeios.

A discussão foi promovida pelo docente Cosme Batista em parceria com os estudantes de Jornalismo do 8º período, e teve como objetivo promover uma reflexão de qual é o papel da mídia em relação à responsabilidade social e como está o controle dos veículos de comunicação no Brasil e no mundo.

De acordo com Menezes, a mídia não é neutra, e que mesmo o profissional tendo o interesse de fazer o trabalho dele com equilíbrio, acaba sendo em determinados momentos obrigado a fazer pautas parciais, que muitas vezes são reportagens que não interessam diretamente a sociedade, e sim, ao interesse da empresa a qual trabalha, que é uma empresa como qualquer outra que tem interesse comercial.

 “Enquanto a gente não fortalecer as instituições, enquanto não tivermos um Congresso forte e com credibilidade, um governo com credibilidade, um Legislativo com credibilidade e enquanto a sociedade não se organizar no ponto de vista da cidadania, vai ser difícil a gente ter uma imprensa, uma mídia que funcione de uma forma mais equilibrada. Estabelecer esse controle não vai ser fácil”, disse o palestrante.

Na ocasião, vários assuntos foram suscitados, como por exemplo, A Lei da Imprensa Régia instalada em 1808 com a vinda da Família Real para o Brasil, a renovação de concessão de Rádio e Televisão, a ética jornalística e o posicionamento da mídia em relação às manifestações ocorridas no Brasil.

Em relação aos protestos, Jota acredita que apesar de não ser isenta de interesses econômicos, a mídia não está se escondendo e que tem mostrado muita coisa importante para a sociedade. Para finalizar, Menezes alertou que o Jornalista tem que ter cuidado para não transparecer demais a sua opinião, o que pode acabar influenciando na interpretação da sociedade.

Por Raianne Guimarães

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Analisando os blogs

Por Raianne Guimarães


Durante esta semana, o Blog Mídias no Vale do São Francisco decidiu analisar dois blogs, um da cidade de Juazeiro - BA e o outro de Petrolina - PE. Os escolhidos foram o do Geraldo José e o do Carlos Britto, sendo estes os de maior aceitabilidade local.

O dia analisado foi à última quarta-feira (12), onde foi considerado o número de postagens, seções, qual foi à cidade mais noticiada e como o público (leitor) interagiu com estes dois blogs através de comentários, e com o espaço destinado ao leitor, como por exemplo, o Espaço do Leitor que existe no Blog do Geraldo José.

No Blog do Geraldo José foram publicadas, neste dia, 35 postagens, sendo dois destes informes publicitários e três publicações no Espaço Leitor: uma de indignação e duas sobre o tema amor. As notícias abrangeram cidades de Juazeiro, Sobradinho, Casa Nova, Jaguarari, Canudos, Petrolina, Cabrobó e Lagoa Grande, além de notícias nacionais. Sendo Juazeiro e Petrolina com maior alcance. As seções que tiveram maior conteúdo foram as variadas e a política, cada uma com 14 postagens.

Já no Blog do Carlos Britto foram publicadas 33 matérias, com notícias de Petrolina, Belém do São Francisco, Lagoa Grande, Araripina, Santa Maria da Boa Vista, Juazeiro, Sobradinho e notícias nacionais. A seção que se destacou com maior número de publicações foi a de cidades. O blog teve 125 comentários. Comparando as notícias dos dois Blogs, somente duas foram publicadas praticamente iguais, com pouquíssimas alterações textuais.

Alguns textos dos dois Blogs pecam por falta de “Informação de diagnóstico”, ou seja, ausência de um aprofundamento maior da notícia. Existe uma quantidade de informações em ambos, mas que nem sempre isso é suficiente para que exista um incentivo à participação dos cidadãos.

Como diz Danilo Rothberg no seu artigo “Jornalismo e informação para democracia: parâmetros de crítica de mídia”, no livro Vitrine e Vidraça organizado por Rogério Christofoletti, para que haja interação por parte dos cidadãos tem que existir “motivação”. O leitor tem que saber sobre o que ele está lendo, para se sentir motivado a participar do meio democrático.

É preciso muitas vezes verificar qual o papel da informação jornalística para que se tenha o aprofundamento da democracia, a fim de trazer contribuições para a sociedade.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

O receptor construindo sentidos...

O receptor é um sujeito ativo, logo é ele que durante a atividade da leitura que interpreta e constroi sentidos para ao que foi exposto, esses sentidos correlacionam-se diretamente ao contexto de realidade na qual ele está inserido. Quer conhecer um pouco mais sobre a teoria do receptor ativo, então, acesse o link abaixo, e boa leitura.

 http://www.usp.br/anagrama/Grohmann_recepcao.pdf

Você é vitima ou se faz de vitima?


A recepção: quem é o texto, o contexto e o discurso?



            Há várias denominações para o termo, entretanto uma não exclui a outra, uma vez que os discursos se fazem presente em todo momento em qualquer lugar ou meio social. Dentro da lingüística, alguns teóricos dão a sua denominação de discurso.
            Para Maingueneau, há uma distinção entre o termo utilizado no senso comum, onde pode se referir a falas solenes (quando se refere, por exemplo, ao discurso que o presidente deu em praça pública) ou ao sistema que produz textos e ainda o próprio conjunto de textos, como exemplo, o discurso comunista. Já na lingüística, os discursos utilizados tanto no singular como no plural, se referem a uma atividade que se insere em determinado contexto e que sustenta algo.

O discurso nada mais é do que a reverberação de uma verdade, nascendo diante de seus próprios olhos; e, quando tudo pode, enfim, tomar a forma do discurso, quando tudo pode ser dito e o discurso pode ser dito a propósito de tudo, isso se dá porque todas as coisas, tendo manifestado e intercambiado seu sentido, podem voltar à interioridade atenciosa da consciência de si. (Foucault, 2002 apud Santos, 2006/2007)

            Entende-se que essa atividade tão indispensável na vida humana, portanto também não deixaria de fazer parte da atividade midiática. A informação constitui-se como o principal produto das mídias, dessa forma, pode-se entender o ato de informar como a propagação de um discurso.

A linguagem não se refere somente aos sistemas de signos internos a uma língua, mas a sistemas de valores que comandam o uso desses signos em circunstancias de comunicação particulares. Trata-se da linguagem enquanto ato de discurso, que aponta para a maneira pela qual se organiza a circulação da fala numa comunidade social ao produzir sentido. (CHARAUDEAU, 2008, p. 33)

            Nesse sentido, voltando à matéria analisada, percebe-se, portanto o seu caráter informativo, já que faz parte do teor jornalístico do jornal Diário da Região. Dessa forma, entende-se como discurso o que será propagado ao leitor através desse conteúdo.
Iniciando uma análise pelos conceitos básicos temos definições bem claras a respeito. Para Maingueneau, o texto é uma totalidade coerente de produções orais ou escritas que se repetem longe do contexto original. Ou seja, toda a unidade de sentido, formada por estruturas lingüísticas, mas que não necessariamente se encontra apoiada em um argumento.
O contexto é justamente a situação onde está inserido o fato noticiado e os atores envolvidos, emissor, receptor e mensagem.  O meio onde está inserido determinado discurso é de suma importância, pois tanto pode determinar ou influenciar uma série de fatores que estão presentes na análise. Por essa análise, irá se perceber
Mas está enganado quem acredita que o discurso pertence apenas a quem o emite. Pois o discurso midiático, principalmente depende de dois atores sociais para se fazer como tal, esses o são o emissor e o receptor que se caracterizam como co-enunciadores discursivos. Não adianta pensar que o receptor é apenas uma esponja que absorve, na realidade ele se caracteriza como um ator que ouve, interpreta, e repercute a sua compreensão, o seu discurso, não o discurso das mídias.