Por Raianne
Guimarães
A discussão sobre a crítica da mídia no Brasil ainda está
caminhando a passos vagarosos, comparado a países da América Latina, como por
exemplo, a Argentina. Contudo, com a chegada cada vez mais crescente de novos
atores inseridos no processo da comunicação, principalmente, através de blogs e
redes sociais, tornou o acesso a produção e publicação da informação, de certa
forma, mais democrático.
Com essa contribuição, aumentou as possibilidades de horizontalizar
os diálogos entre quem produz e quem acaba consumindo. Com isso, fez-se
necessário pensar em como está o processo de leitura crítica das mídias no
Brasil e a sua recepção.
Na cidade de Juazeiro da Bahia existem díspares veículos
midiáticos, entre eles: 3 emissoras de rádio AM: Rádio Juazeiro, Rádio Cidade e
Rádio São Francisco; 2 FM: Transamérica e Tropical Sat, uma emissora de
Televisão, que é a São Francisco, as Webrádios: Rádio Juazeiro e Cidade, a Webtv da Universidade do Estado da
Bahia (UNEB) e a Webtv Caatinga da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e os blogs que possuem boa visibilidade na cidade, e que não foi
possível fazer um levantamento de quantos existem em Juazeiro.
“Em relação ao mapeamento local de blogs existentes na
cidade, não temos este número não, infelizmente. E isso acontece devido à
inconstância elevada dos veículos em funcionamento. Temos problemas de identificação
de origem e autoria, aí fica difícil. Temos planos pra criar um cadastro, mas
isso ainda não foi feito”, alerta Flávio Ciro, diretor regional de Juazeiro do Sindicato
dos Jornalistas da Bahia (SINJORBA).
É inegável o poder que as mídias exercem na sociedade
juazeirense. Porém, a análise crítica desses meios de
comunicação ainda é precária, pois, praticamente, não se discute com teor
crítico essa mídia regional. E isso é preocupante, porque muitas vezes os
ouvintes, leitores, telespectadores acabam aceitando, acreditando e
reproduzindo tudo o que vêem, sem ao menos considerar a qualidade e veracidade
da informação, e muito menos interpretam o que é veiculado.
De acordo com Leane Souza, diretora regional da Região
Norte da Bahia do Sindicato dos trabalhadores em Rádio, Televisão e Publicidade
(SINTERP –BA), muitas vezes a mídia regional não é imparcial, principalmente,
porque em Juazeiro ainda há muito o uso da censura. “É aquela questão: se você
é contra alguém, você não pode passar determinada informação, dependendo do veículo”, afirma a diretora. Para ela
não existe criticidade na mídia do Vale do São Francisco.
Não se pode cair na mesmice de achar que tudo o que a mídia
faz é ruim, ou tudo o que ela veicula é bom. O que deve ser colocado em questão
é como são construídas essas mensagens e quais os impactos que elas geram no
cotidiano, e como o receptor as recebem e analisa o que é veiculado.
O leitor/ouvinte/telespectador da região deveria ser mais
crítico em relação ao que lê, escuta e assiste, para que ele seja um cidadão
mais participativo na sociedade. Para isso, basta selecionar e usar melhor a informação, tentando fazer uma leitura
crítica do que se está recebendo. Não é uma tarefa fácil, mas necessária. Pois,
dessa forma, quanto mais pessoas críticas existir, mais democrática, ativa e
participativa será a sociedade.