quinta-feira, 16 de maio de 2013

A mídia em Juazeiro da Bahia


Por Raianne Guimarães


A discussão sobre a crítica da mídia no Brasil ainda está caminhando a passos vagarosos, comparado a países da América Latina, como por exemplo, a Argentina. Contudo, com a chegada cada vez mais crescente de novos atores inseridos no processo da comunicação, principalmente, através de blogs e redes sociais, tornou o acesso a produção e publicação da informação, de certa forma, mais democrático.

Com essa contribuição, aumentou as possibilidades de horizontalizar os diálogos entre quem produz e quem acaba consumindo. Com isso, fez-se necessário pensar em como está o processo de leitura crítica das mídias no Brasil e a sua recepção.

Na cidade de Juazeiro da Bahia existem díspares veículos midiáticos, entre eles: 3 emissoras de rádio AM: Rádio Juazeiro, Rádio Cidade e Rádio São Francisco; 2 FM: Transamérica e Tropical Sat, uma emissora de Televisão, que é a São Francisco, as Webrádios: Rádio Juazeiro e Cidade, a Webtv da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e a Webtv Caatinga da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e os blogs que possuem boa visibilidade na cidade, e que não foi possível fazer um levantamento de quantos existem em Juazeiro.

“Em relação ao mapeamento local de blogs existentes na cidade, não temos este número não, infelizmente. E isso acontece devido à inconstância elevada dos veículos em funcionamento. Temos problemas de identificação de origem e autoria, aí fica difícil. Temos planos pra criar um cadastro, mas isso ainda não foi feito”, alerta Flávio Ciro, diretor regional de Juazeiro do Sindicato dos Jornalistas da Bahia (SINJORBA).

É inegável o poder que as mídias exercem na sociedade juazeirense.  Porém, a análise crítica desses meios de comunicação ainda é precária, pois, praticamente, não se discute com teor crítico essa mídia regional. E isso é preocupante, porque muitas vezes os ouvintes, leitores, telespectadores acabam aceitando, acreditando e reproduzindo tudo o que vêem, sem ao menos considerar a qualidade e veracidade da informação, e muito menos interpretam o que é veiculado.

De acordo com Leane Souza, diretora regional da Região Norte da Bahia do Sindicato dos trabalhadores em Rádio, Televisão e Publicidade (SINTERP –BA), muitas vezes a mídia regional não é imparcial, principalmente, porque em Juazeiro ainda há muito o uso da censura. “É aquela questão: se você é contra alguém, você não pode passar determinada informação, dependendo do veículo”, afirma a diretora. Para ela não existe criticidade na mídia do Vale do São Francisco.

Não se pode cair na mesmice de achar que tudo o que a mídia faz é ruim, ou tudo o que ela veicula é bom. O que deve ser colocado em questão é como são construídas essas mensagens e quais os impactos que elas geram no cotidiano, e como o receptor as recebem e analisa o que é veiculado.

O leitor/ouvinte/telespectador da região deveria ser mais crítico em relação ao que lê, escuta e assiste, para que ele seja um cidadão mais participativo na sociedade. Para isso, basta selecionar e usar melhor a informação, tentando fazer uma leitura crítica do que se está recebendo. Não é uma tarefa fácil, mas necessária. Pois, dessa forma, quanto mais pessoas críticas existir, mais democrática, ativa e participativa será a sociedade. 


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