sexta-feira, 7 de junho de 2013

A recepção: quem é o texto, o contexto e o discurso?



            Há várias denominações para o termo, entretanto uma não exclui a outra, uma vez que os discursos se fazem presente em todo momento em qualquer lugar ou meio social. Dentro da lingüística, alguns teóricos dão a sua denominação de discurso.
            Para Maingueneau, há uma distinção entre o termo utilizado no senso comum, onde pode se referir a falas solenes (quando se refere, por exemplo, ao discurso que o presidente deu em praça pública) ou ao sistema que produz textos e ainda o próprio conjunto de textos, como exemplo, o discurso comunista. Já na lingüística, os discursos utilizados tanto no singular como no plural, se referem a uma atividade que se insere em determinado contexto e que sustenta algo.

O discurso nada mais é do que a reverberação de uma verdade, nascendo diante de seus próprios olhos; e, quando tudo pode, enfim, tomar a forma do discurso, quando tudo pode ser dito e o discurso pode ser dito a propósito de tudo, isso se dá porque todas as coisas, tendo manifestado e intercambiado seu sentido, podem voltar à interioridade atenciosa da consciência de si. (Foucault, 2002 apud Santos, 2006/2007)

            Entende-se que essa atividade tão indispensável na vida humana, portanto também não deixaria de fazer parte da atividade midiática. A informação constitui-se como o principal produto das mídias, dessa forma, pode-se entender o ato de informar como a propagação de um discurso.

A linguagem não se refere somente aos sistemas de signos internos a uma língua, mas a sistemas de valores que comandam o uso desses signos em circunstancias de comunicação particulares. Trata-se da linguagem enquanto ato de discurso, que aponta para a maneira pela qual se organiza a circulação da fala numa comunidade social ao produzir sentido. (CHARAUDEAU, 2008, p. 33)

            Nesse sentido, voltando à matéria analisada, percebe-se, portanto o seu caráter informativo, já que faz parte do teor jornalístico do jornal Diário da Região. Dessa forma, entende-se como discurso o que será propagado ao leitor através desse conteúdo.
Iniciando uma análise pelos conceitos básicos temos definições bem claras a respeito. Para Maingueneau, o texto é uma totalidade coerente de produções orais ou escritas que se repetem longe do contexto original. Ou seja, toda a unidade de sentido, formada por estruturas lingüísticas, mas que não necessariamente se encontra apoiada em um argumento.
O contexto é justamente a situação onde está inserido o fato noticiado e os atores envolvidos, emissor, receptor e mensagem.  O meio onde está inserido determinado discurso é de suma importância, pois tanto pode determinar ou influenciar uma série de fatores que estão presentes na análise. Por essa análise, irá se perceber
Mas está enganado quem acredita que o discurso pertence apenas a quem o emite. Pois o discurso midiático, principalmente depende de dois atores sociais para se fazer como tal, esses o são o emissor e o receptor que se caracterizam como co-enunciadores discursivos. Não adianta pensar que o receptor é apenas uma esponja que absorve, na realidade ele se caracteriza como um ator que ouve, interpreta, e repercute a sua compreensão, o seu discurso, não o discurso das mídias.

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